Ansiedade Patológica

1. O que é ansiedade?

Ansiedade é quando faltam sempre muitos minutos para o que quer que seja… Essa foi a melhor e mais simples definição leiga de ansiedade que já ouvi até hoje. Trata-se de um estado emocional que todos nós experimentamos, principalmente vivendo em um mundo de tensão e correria constantes.

2. Como ela é tratada pela psicologia/psiquiatria?

Para a psicopatologia a ansiedade é um estado de tensão, sobretudo emocional, onde o indivíduo experimenta sensações associadas à insegurança, medo, culpa, preocupação, antecipação, incerteza, normalmente ligadas a algum fato ou evento específico.

Exemplos de acontecimentos que podem gerar ansiedade: falta de dinheiro, briga, separação, encontro amoroso, espera por um resultado de exame, promoção, gravidez, nascimento de um filho, etc. Percebe que até mesmo eventos considerados “positivos” podem causar ansiedade?

3. O que acontece com uma pessoa que é ansiosa?

A ansiedade coloca o sujeito em estado de alerta e de tensão. Ao contrário do que diz o senso comum, nem sempre ela é negativa. A ansiedade pode ser muito benéfica ao indivíduo. Isso ocorre quando o estado de ansiedade gerado é útil para a ação, equilíbrio e até mesmo preservação do seu organismo. Ela é vital em situações de perigo. É só imaginar o que pode acontecer se você estiver totalmente relaxado ao atravessar uma avenida movimentada. Sem uma dose mínima de ansiedade também seria impossível atendermos às nossas exigências diárias como trabalhar, cumprir prazos e metas, executar projetos, criar filhos, etc.

Sensações características da ansiedade como incerteza, antecipação, medo, preocupação e insegurança na dose certa e adaptada ao contexto podem nos fazer agir de maneira sensata e equilibrada, aumentando nossas chances de sucesso.

Porém, altos graus de ansiedade atrapalham a tomada de decisão. Isso ocorre quando a percepção do estímulo é sempre exagerada (a ansiedade é mais fruto da imaginação do que de fatos da realidade externa) ou quando a pessoa vive em estado constante de tensão, sem conseguir “desligar”. 

A ansiedade pode até mesmo comprometer a nossa saúde. Ela está associada à vários distúrbios tais como depressão, transtorno de pânico, sudorese excessiva, falta de ar, problemas gastrointestinais, insônia, irritabilidade, esgotamento, angústia, medo de morrer, medo de enlouquecer e de perder o controle sobre os próprios atos. 

4. Há tratamentos?

Hoje em dia o tratamento para ansiedade é relativamente simples. Podem ser utilizadas as diversas técnicas de psicoterapia e/ou medicamentos ansiolíticos, calmantes e antidepressivos.

Tudo depende do grau da ansiedade, das características dos sintomas desenvolvidos e, sobretudo, do comprometimento da pessoa com o tratamento e com sua saúde. 

5. Em caso de medicação, quais os riscos do vício em determinado remédio?

É claro que existem medicamentos que podem representar maior risco potencial de dependência do que outros. Mas se a pessoa seguir corretamente a prescrição de um médico competente e de confiança, os riscos são praticamente inexistentes. Além do mais, uma medicação bem utilizada evita um sofrimento desnecessário.

Ocorre com frequência, principalmente no casso brasileiro, de se tomar remédios indevidamente e/ou sem a prescrição adequada. Daí sim existe o risco não só do “vício” (no caso de certos tipos de medicação), como também de outros malefícios à saúde. 

Vale ressaltar que a ansiedade patológica é um distúrbio que afeta a nossa qualidade de vida e que devemos lançar mão de todos os recursos de que dispomos para combater esse mal.


Augusto Goldoni – psicanalista, psicoterapeuta, consultor e escritor.

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